Apesar de não ser dado a devida importância, o cuidado nutricional é parte essencial do cuidado de pessoas com doença renal.
Ser acompanhado por nutricionista e ter um plano alimentar adequado com base nas necessidades do paciente podem ajudar a estabilizar a condição.
Melhorar o controle metabólico e minimizar fatores de risco como obesidade, desnutrição e hipertensão.
Não é por acaso que uma dieta balanceada e direcionada pode retardar a progressão da doença renal e a dependência futura de diálise ou transplante renal.
Ainda assim, um novo estudo internacional publicado no Journal of the American Academy of Nephrology alerta para uma escassez global de profissionais de enfermagem e nutrição qualificados para doença renal crônica.
Assistência a Doença Renal
Infelizmente, a realidade é que muitas pessoas não têm acompanhamento ou terapia nutricional.
O estudo, liderado pela Universidade de Hong Kong, mostra que nem todos os pacientes têm acesso a um nutricionista, principalmente em países de baixa renda.
Na maioria dos casos, essa visita só ocorre após a internação do indivíduo ou início da diálise.
O trabalho afirma que em 155 países mapeados, apenas 48% dos profissionais estão qualificados para prestar assistência nutricional a pessoas com doença renal.
65% dos países de baixa e média renda não recebem aconselhamento dietético e 23% dos países mais pobres nunca receberam aconselhamento dietético.
Outro fato levantado foi a falta de comunicação entre nefrologistas e nutricionistas em mais de 60% dos países do mundo.
Até em países de alta renda com especialistas em nutrição especializados em doenças renais, apenas 49% dos médicos encaminham pacientes para um nutricionista.
Outro problema é a falta de dados, testes e avaliações nutricionais na maioria dos países pesquisados.
Perigos que os pacientes renais enfrentam
Há uma variação global na disponibilidade de suplementos nutricionais orais e não está disponível gratuitamente em ambientes hospitalares e ambulatoriais em países de baixa e média renda.
E mais um desafio que nos deparamos, é encontrar deliberadamente dietas e remédios mágicos na internet sem orientação profissional.
Este é um comportamento que pode ter consequências graves, como envenenamento, lesão de órgãos, desnutrição ou supernutrição, ansiedade, etc.
Lembrando que cada organismo possui necessidades energéticas diferentes e a proporção de fósforo, potássio e proteína deve ser monitorada e calculada de acordo com o estágio da doença.
Portanto, na terapia conservadora e substitutiva renal, o monitoramento nutricional é uma importante ferramenta estratégica para prevenir a progressão da doença.
Com uma boa orientação profissional melhora a qualidade e a expectativa de vida, e libera os pacientes de dietas tão rígidas por meio de ajustes nutricionais.
Além do mais, auxilia na aceitação ao tratamento e na resolução de dúvidas comuns ao longo do caminho.
Podemos encontrar uma solução?
A solução para o problema que a nova pesquisa aborda é oferecer capacitação e suporte aos nutricionistas para que tenhamos um número suficiente de profissionais qualificados para implementar o cuidado e a atenção aos pacientes e familiares.
É ideal que tenha integração desse profissional com o nefrologista e a equipe médica.
Também é fundamental na comunicação com os pacientes, na adesão às intervenções e na entrega de um tratamento mais humanizado conforme o esperado.
Esse relacionamento já é comum em clínicas de diálise e departamentos de internação.
Resta estender-se a outros ambientes.
De acordo com a Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplantes, cerca de 140 mil pessoas no país com insuficiência renal aguda ou crônica grave fazem diálise.
O avanço e a divulgação do cuidado nutricional é fundamental para individualizar o atendimento às pessoas com doença renal, respeitando suas limitações e melhorando o controle do problema.
A alimentação consciente também é uma maneira positiva de participar da terapia e melhorar sua qualidade de vida.
Ter uma orientação e terapia nutricional ajudam a gerenciar problemas, mas o acesso a profissionais e serviços profissionais continua sendo uma barreira em todo o mundo.
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