Nossas vivências constantemente nos afetam emocionalmente, mas as pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline alternam entre emoções com facilidade e intensidade exagerada, muitas vezes desproporcional ao estímulo.
O Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado por mudanças persistentes no humor, autoestima e comportamento, que frequentemente levam a ações impulsivas e dificuldades nas relações.
Aqueles com esse transtorno podem experimentar intensas oscilações de raiva, depressão e ansiedade que podem durar de horas a dias.
Índice
O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?
O Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado por mudanças frequentes de humor, relações sociais e pessoais instáveis e instabilidade emocional.
O Transtorno de Personalidade Borderline pode estar ligado a experiências da infância, como uma infância traumática.
Pessoas com esse transtorno frequentemente têm relações pai-filho ruins, negligência, abuso sexual, traumas emocionais, bullying físico, chantagem emocional, entre outros.
Essas experiências violentas na infância podem levar a comportamentos defensivos exagerados e ao medo constante de abandono.
Principais Características
Medo do abandono
O medo de isolamento ou abandono é uma das características mais marcantes do Transtorno de Personalidade Borderline.
Essas pessoas vivem com medo constante de serem abandonadas, ignoradas ou deixadas sozinhas, e esse medo é uma presença constante, mesmo no início.
Em algumas situações, o medo pode se tornar tão intenso que eles acabam escolhendo o isolamento voluntário para evitar o abandono por outros, preferindo se afastar das relações antes de sofrer abandono.
Raiva intermitente
O medo de isolamento é alimentado pelo passado traumático.
Ações simples e reações dos outros podem ser vistas como sinais de rejeição, negligência e isolamento, gerando raiva sem motivo aparente.
Essa raiva é frequentemente expressa de maneira desproporcional ao estímulo real.
Mudanças de humor
Outro sintoma comum do Transtorno de Personalidade Borderline é a mudança frequente de humor, que pode incluir raiva, ansiedade, medo, irritação e insegurança.
Essas mudanças de humor dificultam a manutenção de relações sociais, pessoais e profissionais saudáveis.
Interior Vazio
A sensação de vazio é comum entre pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline.
Esse vazio é tão intensificado que a própria companhia não é suficiente para preenchê-lo, resultando em uma dependência crescente de outros e causando mais sofrimento.
Hábitos ruins
Muitos pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline recorrem a vícios, como sexo fora do casamento, drogas ou álcool, como forma de lidar com o sentimento persistente de tristeza e vazio.
Comportamento Impulsivo
As pessoas com o Transtorno de Personalidade Borderline podem tomar ações impulsivas sem razão aparente.
É comum ver essas pessoas iniciarem e terminarem relacionamentos de repente, deixarem empregos estáveis ou abandonarem estudos sem motivo claro.
Auto depreciação
Este é um aspecto frequente da condição. Por causa da experiência de negligência e abuso na infância, é comum as pessoas se sentirem inadequadas.
Isso contribui para o agravamento dos outros sintomas.
Lente do passado
A visão distorcida do passado traumático é comum em pacientes com Transtorno Borderline.
Eles tendem a interpretar situações e desafios atuais através de sua experiência anterior de abuso, negligência ou dor emocional, o que os leva a se protegerem constantemente em vez de enfrentarem a realidade presente.
Intenções suicidas
A auto-depreciação, o medo do isolamento e a instabilidade emocional podem levar a pessoas com Transtorno Borderline a tentarem o suicídio.
Algumas dessas tentativas podem ser apenas para chamar a atenção, enquanto outras podem ser graves.
Fatores de risco
Experiência de abuso ou negligência na infância, relacionamentos familiares instáveis, mudanças frequentes de cuidadores, entre outros.
Além disso, um histórico familiar de transtornos mentais também pode aumentar o risco de desenvolver esse distúrbio.
Risco hereditário: É possível que haja uma maior probabilidade de desenvolvimento do transtorno de personalidade limítrofe se houver histórico familiar, como parentes próximos, como mãe, pai, irmão ou irmã, que tenham o mesmo ou um distúrbio semelhante.
Risco aumentado devido à infância conturbada: Muitos indivíduos com transtorno de personalidade relatam sofrer abuso ou negligência sexual ou física durante sua infância.
Alguns foram separados de um dos pais ou cuidadores próximos na juventude, tiveram pais ou cuidadores com abuso de substâncias ou outros problemas de saúde mental, ou sofreram com conflitos domésticos e relações instáveis na família.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do Transtorno Borderline é estabelecido através da avaliação dos relatos de comportamento do paciente e observações por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.
É importante realizar exames médicos, como análise de sangue e sorologia, para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.
Causas e consequências da síndrome
As causas exatas do Transtorno Borderline de Personalidade ainda não são conhecidas, porém, algumas pesquisas apontam para uma combinação de fatores genéticos, anormalidades no cérebro relacionadas a impulsos e emoções, e histórico familiar de transtornos de personalidade.
A Doença de Borderline pode resultar em rompimentos de vínculos familiares e amigáveis, gerando solidão, bem como problemas financeiros e se manter em um trabalho estável.
Esses fatores combinados com os constantes mudanças de humor podem conduzir a tentativas de suicídio.
Como é feito o tratamento?
O tratamento para o Transtorno Borderline é iniciado por meio de sessões de psicoterapia, que podem ser individuais ou em grupo.
As terapias comportamental dialética, usadas frequentemente com pacientes que já tentaram suicídio, e a terapia cognitivo-comportamental, que pode ajudar a reduzir as flutuações de humor e ansiedade, são geralmente utilizadas.
Além da psicoterapia, medicamentos também podem ser recomendados como tratamento complementar.
Antidepressivos, estabilizadores de humor e calmantes podem ajudar a tratar alguns sintomas, mas devem ser prescritos somente por um psiquiatra devido a seus possíveis efeitos colaterais.
O tratamento é importante para manter a condição sob controle, mas requer paciência e determinação do próprio paciente.
Internação para quem Transtorno de Borderline
Às vezes, é necessário o tratamento intensivo em um hospital psiquiátrico ou clínica para garantir a segurança e proteção contra comportamentos auto-lesivos ou pensamentos suicidas.
A recomendação para o tratamento de pacientes com transtorno de personalidade borderline é que se considere a hospitalização a longo prazo para indivíduos com DBP em situações específicas, como por exemplo, aqueles com pensamentos suicidas graves e persistentes ou problemas de abuso de substâncias.
Internação voluntária – com consentimento paciente
A internação voluntária é uma opção benéfica para pacientes com transtorno de personalidade borderline que reconhecem sua condição e os problemas associados, incluindo os sintomas da depressão que podem afetar sua vida, autoestima, trabalho e relacionamentos.
A internação permite que eles sejam atendidos por uma equipe multidisciplinar capacitada que pode ajudá-los a tratar e recuperar-se, possibilitando uma melhor interação consigo mesmo e com as pessoas amadas.
Internação compulsória – contra a vontade do paciente
A internação involuntária pode ser solicitada por um familiar por escrito, com o consentimento de um médico psiquiatra, de acordo com a lei 10.216/01.
O estabelecimento de saúde tem 72 horas para informar o Ministério Público sobre a internação e seus motivos, com o objetivo de evitar o uso da internação para fins de cárcere privado.
A internação compulsória é determinada pelo juiz competente, sem a necessidade da autorização familiar.
O médico precisa fazer um pedido formal ao juiz, atestando que a pessoa não tem controle sobre sua condição psicológica e física.
Esta regra está descrita no artigo 9º da lei 10.216/01.
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